O Dia Nacional da Caatinga é comemorado em 28 de abril. Instituído por decreto presidencial, em 2003, é uma homenagem ao nascimento do ecólogo pernambucano Vasconcelos Sobrinho (1908-1989). Trata-se de um reconhecimento à dedicação dele ao estudo não só da caatinga, mas também da desertificação, processo de empobrecimento do solo em regiões semiáridas. Para lembrar a data, a flor da macambira, uma bromélia endêmica da Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro.
A macambira (Bromelia laciniosa) é uma planta da família Bromeliaceae, a mesma do abacaxi. É endêmica da Caatinga, onde é fundamental para a manutenção da biodiversidade.
O seu néctar é usado por diversas espécies de animais, seus frutos são comidos por pequenos mamíferos e lagartos, a própria planta facilita a germinação de sementes de outras espécies e serve de abrigo e refúgio para vários grupos de animais, especialmente lagartos e cobras.
Além disso, a macambira é usada em momentos de seca para ser oferecida ao gado, no sertão. Como é fibrosa e rica em proteínas, o gado geralmente engorda rápido. Por fim, a espécie também serve para a alimentação humana.
O pitó, mocó ou maçã-de-macambira, que nada mais é do que o broto da planta descascado, pode ser usado como acompanhamento na refeição ou em saladas. Esse broto tem sabor nobre e é muito nutritivo.
O Jardim Botânico do Recife, em parceria com outros pesquisadores, participou de uma pesquisa que estimou o impacto dos caprinos na conservação da espécie. Nesse estudo, ficou constatado que uma planta pode produzir mais de 1.500 sementes, mesmo assim ela vem sendo muito impactada pela exploração não sustentável e pela caprinocultura extensiva.